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Mostrando postagens de junho, 2021

E agora, Drummond?

Pintura de Carlos Drummond de Andrade feita Gerson Vieira O que há de novo? Já olhou o melhor de hoje? A festa acabou O vinho escorreu A bateria acabou E agora, meu caro?   Não Não seria José Seria Maria Bem cacheada Bem lisa Gorda, fina Elas, eles Sendo quem pensam ser Vomitando um pouco de pixels Um pouco de energia Um pouco de nada E agora, minha cara?   O app travou A tela trincou Ele não respondeu Só visualizou Só pagou presença A mesma que te deixou raivoso A mesma que te deixa triste E agora, meus caros? E agora, você!   A vontade é a mesma A cabeça ainda é baixa O real ainda assusta E o pixel forma o melhor mundo E agora, minhas caras? E agora você! O abraço é mente O gosto é travoso A festa acabou O vinho escorreu E nada Nada aconteceu...

Crônica: Strange days, dias estranhos

  (Fotografia de Thalya Amancio, 2019). Strange days. Dias estranhos.   " Morning, keep the streets empty for me ", ouço ecoar ao meu ouvido, como um sussurro de boa noite. Enquanto meio mundo dorme, minha mente está tumultuada pela minha presença. E essa é a hora em que mais refletimos sobre o Universo e tudo mais. E é aí que me lembro de um dia... Em uma aula do ensino médio, enquanto participávamos de uma dinâmica, um dos garotos mais calados - se não o mais calado - foi convidado a entregar uma caixa. Essa era a dinâmica em que cada participante escolhia quem era mais inteligente, quem era mais comunicativo, simpático e por aí vai, seguindo as instruções do professor, claro. Depois de muito rodar naquela brincadeira, a professora, no caso, pediu que ele entregasse a caixa à pessoa mais criativa naquela sala. Para minha surpresa, ele olhou a sala cuidadosamente e como a timidez e a introspecção o deixava mais livre a observar melhor cada pessoa na sala, ele entregou ...